Por Lindomar Freitas de Almeida
Sartre disse algo assim: 'Nunca se é homem enquanto não se encontra algo pela qual se estaria disposto a morrer'. Uma afirmação crucial para entender e existir no tempo em que vivemos, conhecido por modernidade líquida, em que tudo 'é volátil, as relações humanas não são mais tangíveis e a vida em conjunto, familiar, de casais, de grupos de amigos, de afinidades políticas e assim por diante, perde consistência e estabilidade' (Bauman).
Pisamos em um terreno frágil que se desfaz como casca de ovos, antes se morria pela pátria, por Deus, por religiões, etc. Por quem hoje estaríamos dispostos a morrer no mundo Ocidental? O que nos resta de sagrado? Luc Ferry nos ajuda a ver que só a família (núcleo mais restrito) restou como sagrado e pela qual alguém daria até a vida.
Vivemos em um tempo em que os vínculos tem raízes rasteiras e o sentido de pertença tão instável quanto gelo no calor. Se o cenário é nebuloso (como a foto acima), não deixa de ser também misterioso, cheio de encantos e um chamamento para o conhecimento de nossa época e de nós mesmos.